quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Ditadura Em Cada Um

Ditadura, estive pensando, existe tema mais batido do que esse? Claro, desde que o leitor assíduo se lembre do quanto já leu sobre eutanásia, aborto, drogas, feng shui e, porque não dizer, a celebrizada vida alheia.
Segundo um antigo amigo meu, Aurélio, ditadura é: “um sistema político em que o poder se concentra nas mãos de um indivíduo, de um partido ou de uma classe e que suprime as liberdades individuais; excesso de autoridade”. Tal qual não foi a minha surpresa quando me dei conta que aquele assunto que estudei há tempos atrás assombra a sociedade até hoje.
Está na roupa que devo vestir, no cabelo que devo usar e no modo como devo me portar. Está, também, no fato de que eu não posso sair de casa em liberdade já que estou constantemente correndo riscos de assalto ou seqüestro. Está no pensar que não devo pensar, pois se penso, logo existo, crio problemas para pessoas do alto escalão do poder político. Não devo pensar nas coisas da vida. Pois eu digo que penso. E falo. Mas se não falar tudo o que penso, foi culpa da censura.
Não tenho como dizer que não moramos em uma sociedade cujo regime é ditatorial, alguém dita leis que devem ser seguidas à risca sem “reclamações”. E se reclamar...
Fico, pois, em silêncio para lembrar que, supostamente, deveríamos viver em uma democracia, e temos, na câmara, “empregados” que pagamos com parte do nosso salário para fazerem o que nós “mandarmos”. Sim, eu sei que é estranho pensar nesse sentido a princípio, mas não é preciso muito raciocínio para perceber veracidade em tal novidade. O que são Prefeitos e Vereadores senão pessoas eleitas pelo povo e para o povo?
Sabe o que mais me irrita nessa “pseudo-ditadura” (e esse é um termo pessoal) vivida em nossas cidades? É que esse tipo de sistema só se fixa por causa da conformidade do povo! Ninguém se revolta: “ta tudo bem assim”, “amanhã eu faço alguma coisa”, “eu sozinho não vou mudar nada” e “esses políticos ladrões...” são pensamentos típicos da população que não acrescentam nada à luta por uma sociedade mais justa. Todo mundo acha que tem que mudar, mas ninguém pára de assistir TV para tentar pensar como pode efetivamente ajudar. Se ainda não pensou em nada que possa fazer para mudar de alguma forma a sua civilização, deixe-me apenas refrescar sua memória com idéias que não estão muito além do que está ao seu alcance.
A próxima vez em que ouvir falar de um protesto, e concordar com as idéias do mesmo, não se acanhe em divulgar o horário e o local desse. Ruminar, como um animal, que várias pessoas não foram trabalhar nesse dia, não auxiliará em nada, e ainda lhe acarretará uma ruga ou outra.
Se não tiver nada para fazer, leia um jornal, e, por favor, não pule a página de política porque não quer se estressar hoje. É obrigação de cada um se manter informado sobre o que está acontecendo no palácio do planalto, uma vez que tudo o que acontece lá está intimamente ligado ao imposto que paga. E não é pelo dinheiro que aconselho que faça isso!
Quando encontrar afinidades com assuntos tratados em assembléias legislativas, levante-se, de onde quer você esteja, e vá assistir, é seu direito saber o que pode vir a acontecer em sua vida!
Acima de tudo, não seja mais um ditador de regras por si só! Não se importe se alguém não tem o cabelo adequado à ocasião, ou se tal pessoa não está bem vestida. Não suprima as liberdades individuais! Deixe ser, deixe estar. Ou como leu, e me disse Morgana, amiga minha, há alguns dias: “Grandes inteligências discutem idéias; Inteligências médias discutem acontecimentos; Inteligências pequenas discutem pessoas”.
Agora você tem duas opções: fingir que leu essa crônica ao acaso, que ela não significou nada para você, e que agora sua prioridade é fazer bandeirinhas para torcer pelo Brasil na copa do mundo. Ou torcer por um Brasil, pensando em quem (e por quê!) votar em outubro próximo. Questão de eleição.

2 comentários:

Gigis disse...

Ah vou votar!!Gostei do teu blog também...

c disse...

Tem msn? me add que te explico:
carolinamartins_1982@hotmail.com